Tarefa das mais difíceis é traçar panoramas. Nos programas comemorativos dos 10 anos do Soterópolis (exibidos 24/10 e 31/10), o desafio de toda a equipe foi olhar, não para o próprio umbigo, mas, para o cenário artístico ao longo de uma década. As lacunas são inevitáveis. Mas a tentativa é louvável. Afinal, como os artistas fazem questão de frisar, é importante nos desfiarmos sempre. Para compor as reportagens sobre o universo teatral conversamos com o diretor Djalma Thruler, com o ator e diretor Ângelo Flávio, e com alguns integrantes do Bando de Teatro Olodum (Chica Carelli, Jorge Washington, Ednaldo Muniz e Leno Sacramento).
As entrevistas apontam que o teatro negro vem buscando e conseguindo espaço, apesar do racismo ainda persistir. As temáticas LGBT também passaram a ser mais recorrentes. No entanto, com raríssimas exceções, a queixa é a mesma: não dá pra se manter financeiramente fazendo teatro profissional. Somar esforços é essencial. E foi isso que impulsionou a criação da Cooperativa Baiana de Teatro há quase 10 anos. Encarar o público infanto-juvenil também se faz necessário, afinal esses são os espectadores de agora e do futuro. E para oxigenar o mercado, ficar atento aos festivais, onde é possível olhar, ao mesmo tempo, para si próprio e para o outro.